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CPV: o que é, como calcular e por que impacta no lucro da empresa

Entenda o que é o CPV, aprenda a calculá-lo e veja como ele é fundamental para entender os custos de produção e lucratividade do seu negócio. 

CPV (Custo dos Produtos Vendidos) é um indicador financeiro fundamental que representa todos os custos diretos e indiretos envolvidos na fabricação dos produtos vendidos por uma empresa durante um período específico. Por isso, este indicador é essencial para tomar decisões estratégicas que impactam diretamente na lucratividade do negócio.

O custo dos produtos vendidos engloba desde a matéria-prima utilizada na produção até os custos de mão de obra direta e gastos gerais de fabricação. Contudo, diferentemente de outros custos corporativos, o CPV está diretamente relacionado ao volume de vendas — ou seja, quanto mais você vende, maior tende a ser este indicador.

Segundo dados da USP, o CPV consome em média 66,89% da Receita Líquida de Vendas das organizações brasileiras. Dessa forma, ele se torna um dos principais componentes da estrutura de custos empresariais, o que justifica a necessidade de um controle rigoroso.

Para que serve o CPV na gestão empresarial?

O CPV serve como base para diversas análises e decisões fundamentais. Em primeiro lugar, ele é essencial para calcular a margem bruta, que indica exatamente quanto sobra da receita após deduzir os custos de produção.

Na tomada de decisões estratégicas, por outro lado, este indicador fornece dados valiosos sobre a eficiência produtiva. Assim sendo, companhias que monitoram o custo dos produtos vendidos conseguem identificar oportunidades de otimização e redução de custos desnecessários de forma mais assertiva.

Já para a precificação de produtos, conhecer o CPV é indispensável. Sem essa informação, torna-se impossível definir preços que garantam lucratividade adequada e competitividade no mercado simultaneamente.

Além disso, o controle eficiente desta métrica é fundamental para uma gestão de custos eficaz. Com isso, a corporação consegue manter sua sustentabilidade financeira a longo prazo e se posicionar melhor no mercado.

Quais custos compõem o CPV?

Para compreender completamente o CPV, é necessário conhecer todos os componentes que fazem parte deste cálculo. Basicamente, eles se dividem em duas categorias principais: custos diretos e indiretos de produção.

Custos diretos de produção

Os custos diretos são aqueles que podem ser facilmente identificados e atribuídos aos produtos fabricados. Nesse sentido, a matéria-prima representa o principal componente, incluindo todos os materiais que se transformam diretamente no produto final.

Já a mão de obra direta engloba os salários, encargos e benefícios dos funcionários que trabalham especificamente na produção. Isso inclui, por exemplo, operadores de máquinas, montadores e outros profissionais envolvidos diretamente no processo produtivo.

Além disso, embalagens e materiais auxiliares também compõem os custos diretos, desde que sejam utilizados especificamente para os produtos vendidos no período analisado. 

Custos indiretos de fabricação

Os custos indiretos, por sua vez, são necessários para a produção, mas não podem ser atribuídos a um produto específico. A energia elétrica consumida na fábrica é um exemplo clássico, pois beneficia toda a produção de forma geral.

A manutenção de equipamentos, mesmo sendo essencial para o funcionamento, é considerada custo indireto porque serve a múltiplos produtos simultaneamente. O mesmo vale para o aluguel do espaço fabril e a depreciação de máquinas.

Dessa forma, esses custos são normalmente rateados entre os produtos com base em critérios específicos, como horas de produção, quantidade produzida ou outros direcionadores de custo adequados ao tipo de negócio.

Como calcular o CPV? Fórmula e exemplo prático

O cálculo do CPV segue uma fórmula específica que considera diversos elementos da produção. Compreender cada componente é fundamental para aplicar corretamente esta metodologia. Veja a fórmula: 

CPV = Estoque Inicial + (Insumos + Mão de Obra + Gastos Gerais de Fabricação) – Estoque Final

Onde cada componente representa:

  • Estoque Inicial (EI): valor dos produtos em estoque no início do período;
  • Insumos (In): matérias-primas e materiais consumidos durante a produção;
  • Mão de Obra (MO): custos com funcionários da produção;
  • Gastos Gerais de Fabricação (GGF): custos indiretos de produção;
  • Estoque Final (EF): valor dos produtos em estoque no final do período.

Para entender melhor, vamos analisar um exemplo prático. Uma fábrica de móveis teve estoque inicial de R$ 50.000. Durante o período, gastou R$ 200.000 em madeira, R$ 80.000 em mão de obra e R$ 40.000 em gastos gerais, terminando com estoque de R$ 70.000.

Com isso, o CPV = 50.000 + (200.000 + 80.000 + 40.000) – 70.000 = R$ 300.000

Para realizar o cálculo, é importante considerar o regime de competência, incluindo apenas os custos dos produtos efetivamente vendidos, ou seja, não de toda a produção do período.

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Qual a diferença entre CPV, CMV e CSV?

Embora sejam conceitos relacionados, CPV, CMV e CSV aplicam-se a diferentes tipos de negócios e atividades. Compreender essas diferenças é essencial para aplicar o indicador correto na sua corporação.

CPV (Custo dos Produtos Vendidos)

O CPV é aplicado especificamente a companhias que fabricam produtos próprios. Nesse caso, ele inclui todos os custos de produção, desde matéria-prima até gastos indiretos de fabricação. Por isso, é usado principalmente por indústrias, fábricas e organizações que transformam insumos em produtos acabados.

CMV (Custo das Mercadorias Vendidas)

Por outro lado, o CMV é usado por empresas comerciais que compram produtos prontos para revenda. Assim sendo, ele foca no custo de aquisição das mercadorias, incluindo preço de compra, fretes, seguros e outros custos até a mercadoria chegar ao estabelecimento.

Para calcular, a fórmula do CMV é: CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final.

CSV (Custo dos Serviços Vendidos)

Enquanto isso, o CSV aplica-se especificamente a prestadoras de serviços. Dessa forma, ele inclui principalmente mão de obra especializada, materiais consumidos na prestação do serviço e custos operacionais relacionados à entrega do serviço.

Como o CPV impacta no lucro da sua empresa?

O CPV tem relação direta e inversa com a margem bruta: quanto maior este indicador, menor será o lucro bruto do negócio. Por isso, a margem bruta é calculada subtraindo o custo dos produtos vendidos da receita líquida.

Uma redução de apenas 1% nesta métrica pode representar aumento considerável na lucratividade. Por exemplo, uma organização com receita de R$ 1 milhão e CPV de R$ 600.000 tem margem bruta de R$ 400.000. Contudo, reduzindo o custo para R$ 590.000, a margem bruta aumenta para R$ 410.000 — um crescimento de 2,5%.

Dados mostram que corporações que monitoram esse indicador em tempo real aumentam a margem de lucro em 25%. Isso acontece porque o controle constante permite identificar desvios rapidamente e tomar ações corretivas antes que impactem negativamente os resultados.

Além disso, o CPV também influencia diretamente a competitividade. Dessa forma, corporações com custos otimizados conseguem praticar preços mais agressivos ou manter margens maiores que a concorrência.

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CPV na DRE: onde aparece e como analisar?

Na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), o CPV aparece logo após a receita líquida, sendo subtraído para calcular o lucro bruto. Esta posição estratégica demonstra claramente sua importância na formação do resultado corporativo.

A estrutura típica é:

Linha da DRE Definição Importância
Receita Bruta Total de vendas de produtos ou serviços sem descontos. Ponto de partida de todo o cálculo.
(-) Deduções Impostos incidentes sobre a venda, ICMS, PIS/COFINS e devoluções. Chega-se à Receita Líquida.
= Receita Líquida O valor real que a organização faturou após os abatimentos. Base para o cálculo da Margem Bruta.
(-) CPV Custo dos Produtos Vendidos (o custo direto de aquisição ou produção dos itens vendidos). Separa o custo da operação principal da receita.
= Lucro Bruto O lucro da empresa antes de subtrair as despesas operacionais

Para análise vertical, calcule o percentual do custo dos produtos vendidos sobre a receita líquida. Como referência de mercado setorial, o setor industrial mantém CPV médio de 60% da receita líquida, enquanto as companhias de tecnologia ficam entre 20% a 35%.

Na análise horizontal, por outro lado, compare a evolução desta métrica ao longo dos períodos. Assim sendo, aumentos desproporcionais à receita podem indicar problemas de eficiência ou aumento de custos que precisam ser investigados imediatamente.

Como reduzir o CPV e otimizar custos?

Reduzir o CPV é uma das estratégias mais eficazes para aumentar a lucratividade empresarial. Para isso, existem diversas abordagens que podem ser implementadas de forma sistemática.

Negociação com fornecedores

A renegociação com fornecedores pode gerar reduções consideráveis no CPV. Nesse sentido, as estratégias incluem compras em volume para obter descontos progressivos, estabelecimento de parcerias estratégicas de longo prazo e diversificação de fornecedores para aumentar o poder de barganha.

Considere também a negociação de prazos de pagamento mais favoráveis, pois eles impactam indiretamente no custo financeiro dos insumos utilizados na produção.

Otimização de processos produtivos

A redução de desperdícios através de metodologias como Lean Manufacturing (ou Manufatura Enxuta) pode diminuir substancialmente o custo dos produtos vendidos. Por isso, identifique gargalos na produção e implemente melhorias de eficiência operacional de forma contínua.

Já a automação de processos, quando viável economicamente, reduz custos de mão de obra e aumenta a precisão. Dessa forma, diminui retrabalhos e perdas que impactam diretamente no CPV.

Controle de estoque

A gestão eficiente do estoque inicial e final impacta diretamente no cálculo do CPV. Assim sendo, reduza perdas por obsolescência, deterioração ou furtos através de controles mais rigorosos e sistemáticos.

Implemente sistemas just in time (produzir bens apenas sob demanda) quando possível, pois isso reduz custos de armazenagem e capital imobilizado em estoque, otimizando o fluxo de caixa da corporação.

Como o CPV ajuda na precificação estratégica 

Conhecer o CPV é absolutamente essencial para definir o preço de venda correto dos produtos. Nesse sentido, o custo dos produtos vendidos serve como piso mínimo para precificação — vender abaixo dele resulta inevitavelmente em prejuízo direto.

O cálculo de markup (índice usado para precificar produtos e serviços) sobre esta métrica permite estabelecer preços que cubram todos os custos e gerem a margem desejada. Por exemplo, com CPV de R$ 100 e markup de 150%, o preço de venda seria R$ 250, garantindo lucratividade adequada.

A análise de competitividade deve considerar o indicador próprio versus o estimado dos concorrentes. Dessa forma, negócios com custos otimizados têm maior flexibilidade para competir por preço ou manter margens superiores no mercado.

Já a margem de contribuição, calculada subtraindo custos variáveis (incluindo CPV) do preço de venda, indica quanto cada produto contribui efetivamente para cobrir custos fixos e gerar lucro.

Como automatizar o controle do CPV 

A automação do controle do CPV oferece vantagens consideráveis sobre o método manual, que ainda é usado por 75% das companhias brasileiras. Ao adotar a tecnologia, as organizações reduzem em 72% o tempo operacional dedicado ao cálculo, liberando a equipe para análises estratégicas.

A principal vantagem é a integração bancária, que captura e categoriza os custos automaticamente, eliminando a dupla entrada de dados e reduzindo erros humanos em 90%. Isso garante um cálculo mais preciso, o que é fundamental para a correta avaliação do lucro bruto.

A Kamino simplifica ainda mais esse processo, gerando relatórios instantâneos e um ROI de 300% e payback instantâneo sobre a automação. A plataforma transforma o controle financeiro empresarial para que os gestores possam focar na análise estratégica, economizando até R$ 190.000 por ano em custos operacionais.

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Perguntas Frequentes

Qual é o CPV ideal para minha empresa?
O indicador ideal varia significativamente por setor. Indústrias mantêm CPV entre 50-70% da receita, enquanto no ramo da tecnologia ficam entre 20-35%. Contudo, o importante é monitorar a evolução e comparar com concorrentes do mesmo segmento.
O CPV inclui impostos sobre vendas?
Não, o custo dos produtos vendidos inclui apenas custos diretos e indiretos de produção. Por outro lado, impostos sobre vendas são deduzidos da receita bruta para chegar à receita líquida, antes do cálculo do lucro bruto.
Com que frequência devo calcular o CPV?
O ideal é calcular esta métrica mensalmente para acompanhar variações e tomar decisões rápidas. Além disso, com automação, é possível ter o indicador atualizado em tempo real, permitindo gestão mais eficiente e assertiva.

Guto Fragoso

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